segunda-feira, 21 de junho de 2010

[Crônica] 11 de setembro, dez anos

Atentados contra a vida humana ocorrem todos os dias em diversas partes do mundo, entretanto, aqueles que mais se fazem presentes na mídia são os chamados “ataques terroristas”, característicos de áreas que vivenciam, ao longo dos anos, conflitos étnicos e religiosos como a Palestina e os territórios africanos. Quer dizer, antigamente pensava-se que esse tipo de violência jamais alcançaria as sociedades mais bem estruturadas e desenvolvidas até que, em 11 de setembro de 2001, dois aviões comerciais atingem as torres do edifício World Trade Center, em Manhattan, Nova York, e um terceiro avião colide com o Pentágono destruindo parte do conjunto que é o centro da inteligência militar norte-americana.


O que era improvável, em questão de minutos, tornou-se real. A maior potência do mundo contemporâneo assistia, perplexa, a destruição daquilo que era considerado por vários estudiosos como o maior símbolo da economia capitalista. Enquanto isso, o restante da população mundial, observando pela televisão, via as Torres Gêmeas transformarem-se em um monte de ferro retorcido e pó.


É ingênuo pensar que as consequências do atentado foram apenas físicas e materiais. Os americanos não choraram apenas seus mortos. Eles foram atingidos no seu ego. Seu orgulho foi ferido no instante em que o mundo pode ver as falhas de um sistema de segurança considerado, até então, infalível. Os Estados Unidos precisava mostrar ao mundo que não estava derrotado e fez isso quando elegeu um culpado.


O nome do responsável pelos ataques não demorou a ser divulgado. Osama Bin Laden, saudita, membro da guerrilha religiosa muçulmana denominada Al Qaeda, era, a partir de agora o homem mais procurado do mundo e iniciava-se, nesse instante, a chamada “Guerra ao Terror”, ação militar desencadeada para combater o terrorismo.


Com o intuito de restabelecer a paz dentro dos Estados considerados apoiadores de grupos terroristas, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão e o Iraque, reforçaram a segurança para entrar e permanecer em solo americano e redefiniram as relações entre os países do Ocidente e do Oriente.


Os ataques que ocorreram há quase dez anos trouxeram consequências que vão desde a perseguição aos muçulmanos até a eleição do primeiro Presidente negro dos Estados Unidos, já que a plataforma de governo de Barack Obama contava com a retirada gradual das tropas americanas do Afeganistão e o fechamento ou reestruturação da prisão de Guantánamo que abriga civis presos em áreas de conflito.


Durante todo esse tempo a sociedade vivenciou e discutiu as mudanças políticas, econômicas e sociais nascidas depois do onze de setembro. E nos próximos dez anos? Como a sociedade vivenciará esses fatos? Certamente, com maior clareza e naturalidade. E tomara que os nossos descendentes percebam que a violência e todo tipo de atentado, como diria Charles Chaplin, só tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.


Por Anne Nascimento.

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